Por Dartagnan da Silva
Zanela
(CXVI)
Paulo
Freire é o patrono da educação do Brasil. Pois é, e vejam só como são as
coisas: no Estado do Piauí, na cidade de São Paulo, há uma Unidade Escolar
chamada Paulo Freire; unidade essa que obteve o pior resultado no ENEM de 2014
do todo o Estado. Não apenas isso! Nesse quesito ela encontra-se entre as vinte
piores do Brasil. Pois é, aí está o mestre da Pátria Educadora sendo
homenageado pelos seus fiéis seguidores com esses garbosos frutos inspirados em
sua pedagogia.
(CXVII)
Quando
ouço os doutos em educação falarem, com toda aquela boçalidade que lhes é
própria, que o professor deve conquistar os alunos, que ele deve ser atrativo e
tornar as suas aulas saborosas para seduzi-los e blablablá, confesso que há um
cretino em mim que pensa duas coisinhas, entre outras tantas: uma, que esses
caboclos imaginam que o magistério seria similar uma atividade circense; outra,
que esses tipos imaginam que o professor atrativo deveria ter uma cara de
churrascaria com espeto-corrido. Fora a cretinice de minha parte, tais
afirmações da lavra dos doutos denotam, a meu ver, um gravíssimo problema. Dum
modo geral, os sabidos da educação desprezam a primazia da formação moral, em
matéria de educação, e a necessidade da disciplina para o desenvolvimento das
potencialidades intelectuais duma pessoa. Esses são elementos fundamentais na
formação de um indivíduo, a não ser, é claro, que sejamos doutos em educação,
sem nunca ter educado alguém, ou se almejamos apenas nos tornar um leitor e
citador de Paulo Freire. Nesses casos, a prioridade da moral e da disciplina, é
um reles obstáculo a ser removido.
(CXVIII)
Um
juiz para exercer suas funções não deve convencer os réus de que ele é
autoridade; mesmo que ele seja uma nulidade inquestionável. O mesmo pode ser
dito dum promotor, dum médico e assim por diante. Todos esses profissionais
contam com o prévio reconhecimento de sua autoridade antes mesmo de exercê-la,
mesmo que eles sejam um amontoado de zeros bem à esquerda. Entretanto, quando o
sujeito é um professor, do ensino médio ou do fundamental, ele deve
primeiramente fazer um trabalho hercúleo para ter sua autoridade reconhecida e,
caso consiga, quem sabe ele possa exercê-la e, mesmo assim, o tempo todo ele
poderá tê-la não apenas questionada, mas também, revogada por qualquer um que
se julgue melhor que sua desprezada pessoa. Ou seja: qualquer um acha-se
habilitado para tal tarefa, principalmente aqueles que mal iniciaram e, bem
provavelmente, nunca realizaram a sua própria educação. Não que o professorado
esteja acima do bem e do mal. Longe disso. O “x” da questão é que todo esse
bom-mocismo hipócrita que impera nesse nenhenhê sobre educação, dito por gente
que nunca educou ninguém, é pra azedar o cheque do leite.
(CXIX)
Só
para constar: diploma, por si só, não é sinônimo de autoridade. Isso é
fetichismo puro e simples; sintoma de uma sociedade em franca decadência.
(CXX)
Autoridade
não pode ser confundida com a posse dum pedaço de papel pintado, de um diploma.
Ela deve ser parida a partir do exercício dum papel social que inspire respeito
e transmita honorabilidade. Se as instituições sociais refletirem isso, seus
ocupantes, com grande probabilidade, colocar-se-ão a altura dela. Caso
contrário, se ela for esvaziada de sua dignidade, seus ocupantes, por mais
gabaritados que sejam, irão sentir-se aviltados no exercício de seu prelado
societal. Ou seja: quando a dignidade de uma vocação é ferida e desautorizada,
seu exercício frequentemente torna-se caricato, para não dizer outra coisa.
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