BLOGICAMENTE FALANDO – parte XI


Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(1)
Recato, moderação e respeito. Três palavras. Uma única atitude.

(2)
O corpo humano, o nosso corpo, é templo de Deus. É santuário da Graça. Por isso, não o ultraje com sua vaidade. Não o macule com sua volúpia. Não faça de sua carne O cenário de escândalos e de sua alma um precipício para a perdição.

(3)
Quanto mais o Estado divide a sociedade em guetos, através do cinismo politicamente correto reinante, mais fragmentada e instável tornam-se as relações interpessoais e, consequentemente, mais onipresente torna-se o gélido arbítrio do Leviatã.

(4)
Saul Bellow ensina-nos que um dos papéis que deve ser desempenhado pela grande literatura é o de munir os indivíduos com o vislumbre de inúmeras possibilidades de realização humana; possibilidades essas que estejam para além dos estereótipos que imperam na sociedade presente. Uma das missões da literatura seria auxiliar os indivíduos a ver a época atual a partir dos olhares de todas as Épocas para, desse modo, fortalecer o caráter dos indivíduos. Todavia, na sociedade brasileira contemporânea, a preocupação central não é essa não, mas sim, o oposto disso. Ou seja: a reafirmação dos estereótipos politicamente corretos reinantes na Era presente em detrimento da sabedoria de todas as Eras com a (in)consequente mutilação da personalidade das pessoas. Não é à toa que vivenciamos hoje esse terrificante aviltamento cultural e moral, haja vista que somos, em grande parte, aquilo que consideramos ser tão possível quanto desejável.

(5)
O Brasil não existe. Enquanto país ele não é real. Não chega nem mesmo a ser um delírio surreal. É, no máximo, um acampamento de refugiados que não sabe donde veio, nem para donde vai.

(6)
Pois olhe, uma coisa é você manter-se zen num templo nos confins do Oriente; uma coisa é você ficar piamente sereno num mosteiro trapista num recanto qualquer do Ocidente, agora, manter-se zen frente a falência do sistema educacional brazuca, permanecer sereno frente as bobagens que passaram ser encaradas como educação é uma tarefa literalmente hercúlea. É difícil não mandar tudo pra casa do chapéu.

(7)
Quanto mais tentamos justificar um desejo perante o mundo, apresentando-o como se sua realização fosse um direito incontestável, menos direito a ele nós temos.

(*) professor e cronista.
Site: http://dartagnanzanela.webcindario.com/

Comentários