Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
O LIMITE DOS LIMITES - A insensatez não tem limites. Todos sabem
disso. Inclusive aqueles que abusam do direito que todo ser humano tem de
exercer livremente a sua. O que muitos esquecem é que a tolerância e a
paciência com o despautério presunçoso têm lá os seus limites. Limites esses
que, no caso brasileiro, vem sendo abusadamente ultrapassados nos últimos
tempos por indivíduos que se julgam muito, muito sabidos, mas não são não.
ESPELHO, ESPELHO MEU – Ensina-nos Henri Amiel que a criança vê o
que realmente somos através do que nós inconfessadamente queremos ser.
Bem, gostemos ou não de admitir,
muitos dos problemas que hoje impactam a sociedade brasileira advém justamente
daquilo que nós mais desejamos; desejos que acabam sinalizando que o que é por
nós desejado seria algo digno e benfazejo; desejos esses que manifestamos
através de nossa maneira leviana de ser - de querer ser.
E o que tanto desejamos? De um
modo geral, queremos colher suculentos frutos sem necessariamente ter de
lavorar para cultivá-los.
Parênteses: não estou afirmando
que todos os brasileiros sejam assim. Não mesmo. Deus me livre e guarde!
O que digo e repito é que há um
número significativo de indivíduos que quer apenas se dar bem na vida sem fazer
nada, ou quase nada, para tanto e que, tal sonho, aparece aos olhos dos
mancebos como algo mais do que desejável; apresenta-se como um exemplo; como um
puto mau exemplo travestido de atitude cidadã e que, em muitíssimos casos é
ensinado como sendo isso.
Por isso que o próprio Amiel
afirmava em seu Diário Íntimo que o princípio fundamental da educação é - e
sempre será - em primeiro lugar educar-se a si mesmo para tornar-se senhor de
sua vontade e escravo de sua consciência, como dizia Humberto de Campos.
Porém, enquanto continuarmos
sendo escravos de nossos desejos e estes permanecerem sendo os senhores de
nossa consciência, nosso sistema educacional permanecerá sendo o que é: uma
tremenda piada de mau gosto.
ALMA SUÍNA – Todo aquele que se considera invencível, insuperável e
ontologicamente gostosão esquece-se frequentemente de que os dinossauros também
eram - até onde se sabe - aparentemente fodasticamente fodasticos e, todos nós
sabemos muitíssimo bem como eles terminaram, não é mesmo? Pois é.
GOSTE OU NÃO, ELE TEM RAZÃO - Afirmar que alguém tem razão porque
disse que algo iria acontecer assim e assado não é de modo algum sinônimo de
culto a personalidade ou qualquer tranqueira do gênero. Não é isso. Dizer que
alguém tem o péssimo hábito de estar certo naquilo que diz é reconhecer que ele
sabia muito bem do que estava falando e que todos os que diziam o contrário,
por soberba, preguiça - e vai saber por quais outras razões - estavam
redondamente enganados porque não sabiam de que estavam parlando, apesar da
forçada pose de sabichão. Por isso digo e repito: o Olavo tem razão, a grande
mídia não.
COISA DE CATOLICÃO – Veja, não são poucos os católicos – ou
catolicães, como dizia Agripino Grieco – que afirmam, de maneira imodesta, que
apesar deles serem católicos eles são a favor disso ou daquilo que, por
definição, seriam coisas totalmente contrárias aos ensinamentos da Santa Madre
Igreja. Bem, não sou ninguém na ordem do dia pra dizer o que cada católico deve
pensar ou dizer em favor ou contra aquilo que a Igreja ensina, porém,
permitam-me lembrar que, talvez, quando estivermos diante do Altíssimo, Ele
poderá muito bem nos dizer que apesar de termos dito, em vida, que éramos
católicos, que Ele não nos reconhecerá como tal. Aí, nessa altura do campeonato,
lascou tudo.
(*)
Professor, cronista e bebedor de café.
Blog2:
http://zanela.blogspot.com/
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