Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(1)
Não há, em nosso triste país,
nada mais obsceno que falar a verdade. Não há, aos olhos relativizantes dessa
terra de desterrados, nada mais pornográfico do que esforçar-se para ser
intelectualmente sincero. Não há mesmo.
(2)
Os praticantes da filodoxia têm
uma preocupação histriônica de não parecerem idiotas. Os filósofos, por sua
deixa, esforçam-se, abnegadamente, para não serem idiotas.
(3)
Uma das emoções mais valorizadas
por toda aquela turminha, que cultua o tal do ídolo tribal da cidadania
crítica, é a tal da indignação.
Todo bom tonto revolucionário ama
dizer que está indignado com isso ou com aquilo. Para essa gente, colocar-se
nesse estado, seria similar a um "êxtase místico" onde sua alminha
entra em comunhão com algum espírito suíno.
Bem, não há dúvidas de que a
indignação é uma emoção real; aliás, a indignação é um sentimento poderoso pra
caramba, porém, na grande maioria das vezes não é uma emoção honesta não.
O indignado, dum modo geral, não
procura a compreensão, nem o perdão e muito menos a compaixão. O que acaba
sendo celebrado no coração dessa gente é o rancor, a inveja e o remorso. Só
isso e, tudo junto e muito bem escondido sob as mais esfarrapadas desculpas
politicamente corretas.
Não é à toa que na democracia
brasileira contemporânea, as alminhas criticamente indignadas, que se agitam
aqui e ali, se rejubilam tanto com a baixeza moral como se essa fosse uma
espécie de virtude cívica áurea.
Em resumo: todo o ódio com que as
almas enfurecidas se apresentam frente aos vícios de outrem jamais infunde em
seus corações algo de bom, nem mesmo as sombras duma pequena virtude.
É simples assim. Entenda isso e,
de pronto, sua alma começará a serenar.
(4)
Sabe por que muitos jovens
transviados se revoltam e, nalguns casos, até mesmo insultam grosseiramente e
agridem pais e professores? Porque eles são covardes. É simples assim.
Petulantes e covardes.
Na verdade, eles foram ensinados
a serem pusilânimes. Foram ensinados a serem assim sob a guarnição da lei e por
intermédio das instituições e ambas fizeram isso sob a desculpa cínica de que
se estava apenas fazendo o melhor por eles, pela piazada.
Esse cinismo politicamente
correto estimulou e estimula os infantes a crerem que o limite para suas ações
são seus desejos e que, os seus desejos, não tem limites.
Por essas e outras, os marotos
mancebos proferem impropérios e desafiam a autoridade dos genitores e dos
maestros porque sabem que os tentáculos estatais e para-estatais irão
protegê-los daqueles que os amam e desejam apenas o seu bem e, por isso ainda
insistem em contrariá-los para corrigi-los.
Isso mesmo! Esse sistema que hoje
impera, de antemão coloca sob suspeita todos aqueles que são responsáveis pela
formação dum guri, amarrando-lhes as mãos e, consequentemente, dificultando pra
caramba o seu trabalho; o que gerou esse estado de coisas onde a
impossibilidade da educação (doméstica e formal) tornou-se a nova regra da
nação.
Carambolas! A inevitável
consequência lógica desse bom-mocismo todo que joga uma geração contra a outra,
que atira todos contra todos, é a formação duma turba de indivíduos
egocêntricos, podres de mimados, que respeitam apenas o seu voraz apetite por
direitos, a sua insaciável fome pela realização de todos os seus desejos,
devidamente travestidos como direitos humanos fundamentais, é claro.
Enfim, todo aquele que não
percebe isso; que não reconhece a origem disso tudo nas sandices colhidas junta
as pútridas ideias do marxismo cultural e demais sandices ideológicas similares,
é porque está aturdido demais com o furdunço todo, ou porque tem medo de reconhecer
a sua gritante responsabilidade nisso tudo, ou simplesmente por pura desídia
intelectual e moral.
(5)
Regra número um: antes de falar
sobre educação de infantes, eduque a sua gurizada. Regra número dois: se até o
momento não se dedicou devidamente a educação dos seus, eduque-se urgentemente
para poder realizar essa tarefa de modo razoável.
(6)
Nós estamos com o coração
apertado e com a garganta amarga; porém, ao mesmo tempo em que estamos aqui com
os olhos marejados, o Céu está em festa por estar recebendo o Padre Gabriele
Amorth que, aos 91 anos de idade, faleceu, partindo rumo a Pátria Celeste.
Muitíssimos desses anos piamente dedicados ao combate, pelejando contra as
potestades das trevas.
A grande mídia não noticiou, não
está noticiando e bem provavelmente jamais noticiará que o Padre Gabriele
Amorth, em seu silente apostolado, realizou mais de cem mil exorcismos. Isso
mesmo. Mais de cem mil. E se alguém dizia que não cria na atuação do pé sujo
ele convidava o incrédulo a acompanhá-lo num dia de trabalho dele pra ver até
onde a incredulidade do indivíduo resistia.
Não só isso. Quando alguns
psiquiatras não conseguiam tratar seus pacientes através dos meios
convencionais eles procuravam os préstimos dele que realizava aquilo que os
psicanalíticos olhos não compreendiam; mas que, fazia com que os lunáticos
recuperassem a razão que aparentemente estava perdida.
Padre Amorth foi um bravo soldado
das fileiras de Nosso Senhor Jesus Cristo. Agora ele está diante do Comandante
das forças celestes sendo honrado com as mais elevadas comendas, pois, ele
lutou bravamente o bom combate enquanto esteve aqui neste vale de lágrimas.
Enfim, descanse em paz Padre
Gabriele Amorth que aqui na terra o combate continua.
(7)
O que os revolucionários de todos
os naipes querem não é transformar o mundo decadente num trem melhor, em algo
decente; o que eles desejam mesmo, do fundinho de seus corações, é simplesmente
fazer com que o decadente mundo sirva-os melhor para que possam realizar plenamente
os seus projetos megalomaníacos de poder.
No fundo, na frente e atrás, o
que eles querem é isso: poder. E o querem totalmente, haja vista a inclinação
totalitária desses biltres. Inclinação essa que é praticamente um tombo.
Quanto a todo aquele papo de
justiça social, direitos humanos e blablablá, são apenas desculpas furibundas
para melhor dissimular as suas intenções tortas e enganar muitíssimas pessoas
bem-intencionadas. Engambelar principalmente as “benévolas almas” bem ou mal
diplomadas.
(*)
Professor, cronista e bebedor de café.
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