BLOGICAMENTE FALANDO – parte XIII

 Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(1)
Uma farsa histórica fomentada pelo rancor e que incansavelmente o fomenta não cura uma ferida aberta; não se faz justiça cultivando a cizânia entre os cidadãos, mesmo que essa seja cultivada em nome de uma boa causa; fortalecer o poder de grupos que instrumentalizam o Estado não conduz-nos a liberdade, não consolida o Estado Democrático de Direito e não faz madurar o espírito republicano.

(2)
Entenda uma birosca epistemológica simples e de maneira definitiva: uma coisa é você estudar História para tentar entender algumas questões presentes que nos inquietam; outra coisa bem, bem, bem diferente é você inventar histórias para justificar suas cretinas crendices ideológicas.

(3)
Um pequeno macete: quando um caipora diz, com toda aquela pose afetada de bom moço, do que se deve ou não rir, para o que se pode ou não sorrir, você pode ter certeza que atrás de toda essa dissimulação forçada de bondade há apenas uma coisa: uma sóbria intenção totalitária.

Todo aquele que acredita ser uma alma bondosa por considerar benfazejo policiar e estimular o policiamento mútuo daquilo que se sente; toda alma sebosa que prega a urgente necessidade de se controlar até mesmo os mais discretos risos, sorrisos e olhares, definitivamente, não passa de um biltre que não sabe o que é o bem e nem o deseja.

Na verdade, esse tipo de gente ignora o que isso seja porque o que eles querem mesmo é poder. Um totalitário poder para controlar tudo o que você pensa; tudo aquilo que você fala e, inclusive, tudo o que você sente.

Pois é, somente almas desatentas, ou muito mal intencionadas, não percebem o quanto isso é diabólico.

(4)
Amizade verdadeira é aquela onde as pessoas, que mutuamente se identificam como amigas, amam-se apesar delas mesmas.

É bem isso. Não amamos as pessoas por elas serem um poço de virtudes; na verdade, amamo-nos mutuamente apesar de todos os vícios que possam existir - e que existem - em nossos corações.

Enfim, isso é a tal da amizade; esse é o tal do amor que nos leva a bem querer o próximo simplesmente pelo que ele é; não pelo que nós queremos que ele seja.

E isso é sofrível. Claro que é. Porque amar é um sacrifício gracioso, não um contrato cartorial.

Entendamos isso e peçamos perdão aos seus amigos e perdoemo-nos por sermos quem somos e, desse modo, com toda certeza, o Amor nos transformará em algo melhor do que esse trem fuçado que somos porque é pra isso que existem os amigos.

(5)
A questão fundamental com relação ao mérito não é, de modo algum, se o indivíduo nasceu em berço de ouro ou de palha, nem mesmo se ele foi generosamente agraciado pela natureza com muitos dons ou se foi esquecido por essa.

O ponto basilar sobre o tal do mérito está naquilo que fazemos com tudo aquilo que recebemos da natureza, da sociedade e da família, seja esse algo pouco ou muito.

Tal lição é-nos ministrada pela realidade dos fatos e ensinada por Nosso Senhor através da parábola dos talentos.

É simples assim. E qualquer tentativa de complicar isso para enxovalhar a meritocracia não passará de um reles chilique bocó dum medíocre indignado masturbando-se mentalmente para negar uma obviedade ululante.

(6)
Citar Paulo Freire como se fosse uma respeitável referência intelectual é um claro sinal de desnutrição mental.

(7)
Não devemos estudar para adquirir uma identidade ideológica. Não mesmo. Fazer isso é coisa de bocó de mola. Devemos, sim, procurar estudar para nos encontrar com a Verdade para que Ela nos liberte de todas as nossas babaquices ideológicas.


 (*) professor e cronista.

Site: http://dartagnanzanela.webcindario.com/

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