Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(1)
Uma sociedade onde todos os
indivíduos teriam seus desejos, todos eles, satisfeitos, é uma tentação
infernal, haja vista que os desejos humanos, quando não contidos pela
disciplina das virtudes, são um verdadeiro saco sem fundo que nos leva a
auto-destruição.
Aliás, não é por menos que as
pessoinhas que vivem batendo no peito dizendo que o desejo é fonte inexaurível
de direitos sejam tão destemperadas de caráter e, invariavelmente, portadoras
de uma personalidade mimadamente irascível.
Não é à toa, não mesmo, que
seitas sombrias pregam algo similar e, nesse caso, a similaridade não deve ser
considerada como um reles acidente verbal.
(2)
Quando alguém diz que a escola
pra ser boa tem que ser "crítica", das duas, uma: ou o caiçara é,
definitivamente, um doutrinador sem escrúpulos, um canalha militante, ou, no
mínimo, um reles idiota útil. Um estulto que imagina que uma palavra bonitinha
(como a tal de educação “crítica”), esvaziada de seu sentido originário, e
reduzida a um parvo jogo de linguagem, seria capaz de tornar as pessoas mais
sabidas, desde que, obviamente, as pessoas ignorassem a má intenção ideológica
que se faz presente em todo esse palavrório, oco e totalitário, fantasiado de
democrático para ludibriar as almas desarmadas que, infelizmente, não são poucas
nesse país. Não são poucas e, na maioria dos casos, para piorar o quadro, são
devidamente diplomadas e se consideram mui críticas por causa desse papel mal
impresso.
(3)
Quando um cretino diz que a
educação deve ser supostamente crítica, o que ele está dizendo, mesmo, é que no
lugar de uma verdadeira educação, o que deve existir, no seu entender, é o que
há: uma rasteira doutrinação marxista amancebada com um punhado de tranqueiras
similares. Só isso. Nada mais.
E tem outra: mesmo que o biltre
ache essa doutrinação a coisa mais linda desse mundo, ela continuará sendo o
que é: um subproduto vil de um amontoado de almas desordenadas. E assim o é
porque tudo o que um infame considera como sendo uma boniteza, jamais passará
de uma miserável e vil ignomínia. Só isso e nada mais; mesmo que ele e seus
pares insistam em convencer-nos do contrário.
(4)
Em ano eleitoral, tudo é proclamado
em nome do povo, sem necessariamente levá-lo em consideração. Em tempos como
esse tudo é feito pelo e para o povo, apesar da existência dele.
(5)
Gosto de gente simples, não por
serem simples, mas sim, por serem sinceras e verdadeiras no que dizem e
íntegras naquilo que são. Gosto de pessoas que vivem simplesmente como pessoas,
por viverem a vida sem todos aqueles salamaleques politicamente corretos; gente
que dispensa todas aquelas afetações de superioridade fingida que a galerinha
supostamente esclarecida ama tanto ostentar em suas dissimuladas vidinhas.
(6)
Você entende melhor uma
determinada narrativa histórica sobre um acontecimento qualquer não tanto pelo
que dele nos é contado, mas sim e principalmente, sobre o que a respeito dele
nos está sendo omitido, distorcido e negado. Compreende-se melhor a verdade
sobre algo através da análise das entranhas das mentiras que a maculam. Sem que
elas queiram, as farsas e dissimulações acabam nos falando muito mais sobre a
verdade - que elas tanto se esforçam para ocultar em suas sombras - do que
realmente os autores do engodo gostariam que fosse sabido. Basta prestar a
devida e necessária atenção para enxergar o óbvio ululante.
(7)
Ficar dizendo aos outros que é
preciso estudar história por esse ou por aquele motivo sem realmente dedicar-se
ao babado é coisa de idiota presunçoso ou de militante adestrado. Quem de fato
a estuda sabe que toda vez que ela é evocada publicamente é por pura sacanagem,
jamais por amor ao que dela se pode colher.
(*)
professor e cronista.
Site:
http://dartagnanzanela.webcindario.com/
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