ARCINEU DA SILVA (TIO BUDO) – IN MEMÓRIA



Arcineu da Silva. Quem o conhecia? Nem todos o conheciam, mas ele conhecia a todos como ninguém. Essa é a verdade, simples de se dizer. Mais simples que isso, somente a sua maneira de sorrir e viver.

O Arci, como os amigos o chamavam, construiu a vida construindo. Prédios e casas; jazigos e muros ele deixou e, acima de tudo, uma bela família e muitos amigos ele cultivou.

Homem de poucas palavras que dizia tudo sem nada dizer. As palavras eram emudecidas, sempre, com um sorriso largo no rosto e um contagiante gargalhar que inundava o ar e contagiava os nossos corações.

Com ele, como todos nós sabemos, não havia tristeza, mesmo que ela se achegasse para em seu peito querer fazer morada, pois, como havíamos dito, a simplicidade era a sua alegria e, essa alegria, era a sua forma de viver e amar.

Nesse momento, se nos fosse permitido sondar cada um dos corações aqui presentes, muitas seriam as lembranças vistas, mas a imagem seria uma só: um sorriso e uma gargalhada, unidas e sincronizadas, na fisionomia de uma única pessoa que, para todos nós, se fez única.

Único na maneira de viver e de lutar pelo pão da vida. Único na forma de partilhar o que tinha, mesmo quando esse ter não era muito. Único com as crianças que viam nele a meninice que um dia todos perdem, menos ele.

E, por essas e outras, que esse homem, que teimou em envelhecer sem deixar de ser menino, hoje chega às portas da Pátria Celeste para desconsertar os coros angelicais com suas graciosas gargalhadas enquanto nós aqui ficamos com sua imagem em nossos olhos e com o coração apertado pela saudade.

Descanse em paz Arci velho. Descanse na paz do Senhor, Tio Budo.

Dois Vizinhos, 06 de outubro de 2015.

27ª Semana do Tempo Comum, dia se São Bruno, o Eremita.

Comentários