QUE FIQUE O DITO PELO NÃO DITO

Por Dartagnan da Silva Zanela

(1)
Quando um petralha abre a boca pra falar de justiça, democracia, desenvolvimento e trelelé, não se esqueçam, jamais, de ter ao alcance das mãos um bom rolo de papel higiênico pra se limpar do que virá dos lábios do mocinho porque, para esses cidatontos críticos, falar pouca bobagem é um desrespeito para com a erudita e bem articulada oratória da comandanta mor.

(2)
Para todo militonto que se preze, imitar o modus operandi da mente da comandanta é uma obrigação revolucionária de primeira grandeza que deve ser cumprida à risca para que ele não se sinta excluído da sua amada e idolatrada agremiação de inconscientes inconsequentes.

(3)
Para um sujeito que, desde tenra mocidade, confessa-se comuna, reconhecer que a maioria absoluta de suas convicções não passa de um fruto residual de uma masturbação mental alienante é algo tão pouco provável quando um lunático repentinamente tomar consciência de que ele não é Napoleão Bonaparte.

(4)
Se o sujeito insiste em defender, com unhas e dentes, o projeto criminoso de poder que se encontra encastelado no Planalto, tudo bem, é direito dele; porém, que o elemento não fique admirado se os outros perderem totalmente o respeito que tinham por sua pessoa, haja vista que uma atitude descabida como essa, expressa claramente esse estranho pedido.

(5)
Enquanto a economia brasileira despenca ladeira abaixo os impostos que pesam sobre os ombros dos brasileiros ficam cada vez mais e mais pesados. E é claro que a massa ignara de militontos acha isso tudo uma lindeza e grita, berra e esperneia, junto com a sua pacutia vermelha, em defesa de sua indefensável dona.

(6)
Um partido que se auto-proclama o baluarte da ética constrói a sua história mais ou menos assim: seus partidários acusam ou outros partidos dos erros e malfeitos que eles próprios irão realizar de maneira muitíssimo pior para poderem edificar a sua utopia insana. Eles disfarçam a sua maledicência original posando de portadores monopolísticos da autoridade moral, justamente para que ninguém perceba que eles não são possuidores de qualidade moral nenhuma. Apontam histrionicamente para todos os lados e direções afirmando que a corrupção está em tudo, menos nas fileiras da dita agremiação que se julga ser o tal partido da pureza. Esse, em grossos traços meu caro, é modus vivendi de todo e qualquer partido de índole totalitária; seja o Partido Nacional-Socialista (Nazista), seja o partido bolchevique, seja o partido cuja imagem veio agora em a sua mente.

(7)
Nesta hora tão triste em que se projetam sobre o Brasil os mais plúmbeos ares, nenhum brasileiro pode fraquejar e compactuar com a vileza reinante e nem dar-se ao luxo de cair na tibieza.

(8)
Todo e qualquer ideal de justiça social que não tenha por meta a santificação da alma, acabará apenas realizando melecas e tragédias. Sem esse elevado intento, um ideal dessa estirpe reduz-se a uma rude fornicação mental intercalada com infindáveis masturbações éticas.

(9)
Praticamente nenhum brasileiro confia nos partidos políticos existentes a não ser, é claro, os cidatontos críticos que idolatram de corpo e alma a legenda da estrela emporcalhada.

(10)
Os militontos, de um modo geral, são idólatras de um partido totalitário, são devotos fanáticos duma ideologia da mesma estirpe e, por serem assim, perdidos e desordenados, imaginam que todos tenham a mesma estatura humana e moral que eles.

(11)
Os militontos, para defender a maculada imagem da comandanta mor e de sua seita ideológica dizem, com aquela afetação de superioridade que é só deles, que todos os parlamentares que os acusam não têm um currículo ilibado, que eles não são santos e blá blá blá. Sério? E quem não sabe disso? Todos sabem disso! Os únicos tontos que idolatram figuras políticas populistas e canalhas são eles mesmos que estão sofrendo, como estão sofrendo, vendo o símbolo de suas esperanças totalitárias revelando a sua verdadeira face ignóbil. Face essa que eles não têm coragem, nem decência, de reconhecer como sendo a mais medonha verdade.

(12)
Quando um acusado de corrupção defende-se argumentando que o seu acusador também é corrupto, o que temos diante de nossos olhos, é apenas um porco limpando-se na sua própria lambança.

(13)
Um militonto que defende incondicionalmente os seus senhores mentais e ídolos políticos no fundo não passa de um pobre coitado, de uma vítima de um agourento complexo de Estocolmo ideológico.

(14)
Quem deposita suas esperanças em utopias políticas, não compreende a natureza da segunda, não sabe o que é, de fato, a primeira e, por isso, vive desesperadamente num inferno ético-moral, imaginado estar lavorando por um paraíso terreno, por um hipotético mundo melhor.

(15)
O que é mais perigoso: um psicopata ou um estúpido bem intencionado? Não sei dizer, mas uma coisa é certa: um bando de psicopatas guiando uma massa de ineptos dessa estirpe é uma força infernal que pode azucrinar a vida de muita gente.

(16)
Olha, já faz algum tempo que eu ando meio enfastiado com toda essa folia de “ismos” politicamente-corretos que infectam, de um modo geral, as esferas tupiniquins e contaminam, de maneira especial, os ares do sistema educacional brasileiro, mas agora, esse trelelé de “adultismo”, fala sério, foi pra acabar com o cheque do leite.

(17)
A maior prova de que um indivíduo sofre de uma profunda insanidade ética e moral, de uma triste alienação política, é a prática irascível de uma devoção idolátrica a um partido populista e o cultivo de um sentimentalismo pseudo-religioso barato por uma ideologia totalitária.


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