Por Dartagnan da Silva
Zanela
(1)
Não se pode fazer o bem se apenas
nos preocupamos em fingir sermos bons. E mais! De tanto fingirmos sermos
bons-moços, acabamos por perder todos os critérios que nos permitem diferenciar
a bondade dos simulacros dela. Não é à toa que hoje testemunhamos tamanha
inversão de valores.
(2)
A realização de qualquer vocação
exige da alma certo grau de concentração. Quanto mais centrado for o indivíduo,
mais profícua será sua personalidade; quanto menor for sua capacidade de
concentrar-se, maior será a dispersão de sua existência e, consequentemente,
acabará por tornar-se uma evacuação humana ao invés de realizar uma humana
vocação em sua vida.
(3)
Todos estão indignados com o que
os comuno-petistas estão fazendo involuntariamente para poder continuar tocando
adiante o seu projeto rubro e sujo de poder. Estão porcamente se limpando de
sua lambança com o nosso suor. Pois é. Porém, o que por hora me acalma é que a
tranqueira poderia ser bem pior. Bem pior mesmo. Eles poderia já ter realizado
plenamente o seu sonho totalitário. Se isso já tivesse ocorrido, aí sim meus
caros, haveria choro e ranger de dentes nos quatro cantos do Brasil. Mas não te
apoquente! Se continuarmos nesse trote, cedo ou tarde esse triste dia irá
chegar.
(4)
Em casa onde a educação não fez
morada, todos falam o tempo todo ciosos por serem ouvidos, porém, ninguém
escuta ninguém porque ninguém tem tempo pra parar e ouvir o outro e, por isso
mesmo, a razão não chega nem mesmo a bater na porta de entrada desse simulacro
de lar.
(5)
O que muitas vezes identificamos
como sendo a tal da nossa personalidade não passa de uma invencionice
maltrapilha que os outros vestem em nós e que, na maioria dos casos, por não
ter-se uma personalidade pra dizer que é nossa, acabamos por vesti-la como se
fosse mesmo.
(6)
Uma pessoa que não procura
oferecer o melhor de si, que praticamente nunca cogitou realizar o que há de
melhor em sua alma para fazer feliz quem diz amar, jamais amou algo que não
fosse seu próprio umbigo, pouco importando o teatrinho bufo que o caboclo
apresente para dissimular o contrário.
(7)
Quem nunca negou a si mesmo, não sabe
o que é amar. Quem jamais se sacrificou por alguém não é digno dum pranto
sincero.
(8)
O coração que é governado pelos
mais rasteiros desejos que emporcalham a personalidade humana é incapaz de
reconhecer que o amor é o farol que guia a alma rumo à eternidade.
(9)
O grande problema não é libertar
o indivíduo humano, mas sim, que ele saiba o que fazer com a dita cuja.
(10)
O Estado brasileiro,
definitivamente, é como uma grande porca de cria rodeada de leitões dentudos. Quando
um perde a teta por mordiscá-la demais no mamar, outro a toma, gulosamente, ao
mesmo tempo que outros tantos lhe enfadam com os olhinhos sedentos, aguardando
a sua vez para se esbaldar, torcendo para que sobre algum para seus imundos
beiçinhos.
(11)
Toda vez que o governo lembra-se
de mim, com aquele papo meloso de cidadão pra cá, contribuinte pra lá, tenho
vontade de sair correndo porque sei que o bicho vai feder. O problema, o único
probleminha, é que não tem pra onde fugir, nem mesmo um cantinho bom pra gente
se esconder da mordida do disgramado que, invariavelmente, não é pequena não.
(12)
Bem que o Estado brasileiro
poderia, para o bem geral da nação e regozijo irrestrito da população, passar a
sofrer cronicamente de anorexia tributária e não mais dessa insuportável glutonice
fiscal.
(13)
Não é assim tão importante
curtimos ou compartilhamos algo. O que realmente importa é que, de fato,
curtamos tudo aquilo que compartilhamos e, é claro, que compartilhemos aquilo
que francamente curtimos. Todo o resto não passa de bobagem e vileza da alma
humana.
(14)
Mais assustador que o chupa-cara
e o curupira é a dona Dilma, de mandioca em punho, mandando algum serviçal
dizer que os gastos da lambança serão marcados em nossa caderneta e que, por
isso, segundo sua trupe, devemos dizer obrigado, muito obrigado, obrigado mesmo
por essa belíssima... que foi feita com o nosso país.
(15)
Quando algo morre em nosso
íntimo, o fedor é exalado através de nossos atos, gestos e palavras.
(16)
Todos as pessoas que são
investidas de autoridade se esquecem com muita facilidade e leviandade aquelas
abençoadas palavras que vaticinam que àqueles que muito foi dado, muito será cobrado.
Comentários
Postar um comentário