Por Dartagnan da Silva
Zanela
(1)
Toda
cidade, lembra-nos Jacob Burckhard, causa-nos um impacto histórico e moral pelo
seu desenho, por sua organização, monumentos, construções e, é claro, pelos
hábitos de sua gente. Cada cidade causa-nos isso, a sua maneira, é claro. Por
isso, caminhe pelas ruas, observe esses elementos e conhecerá um bom tanto da
alma da gente que habita qualquer cantinho desse mundão de meu Deus sem que
elas lhe digam uma única palavra.
(2)
Já
tivemos, pra vergonha nacional, a marcha da maconha, das vadias e das
trepadeiras. Agora temos, para coroar o ciclo da mediocracia, a marcha da
mortadela e a frente ampla da mandioca em defesa da decrepitude moral que
impera, hoje, nestas cabralinas terras.
(3)
A
bravata do Presidente da CUT foi igual praga de mortadela de urubu.
(4)
Depois
do retumbante fracasso das manifestações em nome da mortadela mor, bem que a
presidente(a) poderia fingir que vai fazer um checape, renunciar e vazar pra
Cuba com toda a Frente Ampla da Mandioca e nunca mais voltar. Poderia, mas já
que ela, com toda a sua trupe, usam borbotões de óleo de peroba, acho que isso
não vai rolar não. Então, já que é assim, que o vexame histórico continue pra
vergonha geral de toda a nação.
(5)
Jânio
Quadros, de bobeira, em 25 de agosto de 1961, renunciou. Pois é, e a Dilma bem
que poderia parar de besteira e renunciar antes que agosto venha a terminar.
(6)
Há
indivíduos e entidades que tem todos os meios para exercer o poder e nenhuma
autoridade para exercê-lo. Também há aqueles que têm plena autoridade para
exercer o mando, mas não conta com nenhum meio para tal. O exercício do poder
sem credibilidade é uma avalanche de desmoralização e destruição; já o da
autoridade sem meios é o caminho para dignificação e da reconstrução. Resumindo
o entrevero: o Estado brasileiro é um perfeito exemplar da primeira situação; a
sociedade em seu esforço atual para organizar-se é um bom exemplo do segundo.
(7)
Esse
é um momento único na história brasileira. Ou fundamos a nação ou afundamos o
país de vez.
(8)
A
criatura de Lula é Dilma e, de modo similar, Lula é criação de FHC.
(9)
A
sociedade brasileira existe apesar do Estado brasileiro.
(10)
O
lugar dos marginais que estão no poder é à margem da história, não encastelados
nas entranhas do Estado brasileiro.
(11)
O
grande problema não é o tamanho do Estado Brasileiro; o problema é a sua incompetência
e inutilidade fundamental.
(12)
A
corrupção que está em exercício é um flagelo; a que está aguardando a sua vez
pra deitar e rolar pode ser superior a nossa capacidade imaginativa.
(13)
Às
vezes fico cá com meus alfarrábios imaginando como esse momento de nossa triste
história será lembrado e analisado pelos historiadores daqui uns duzentos anos.
Aliás, como serão os livros didáticos desse Brasil futuro? Como eles abordarão
a Marcha da Mortadela e o Abominável Lula inflável? Só de imaginar, me dá uma
vergonha dos meus tataranetos que vosmecê nem imagina.
(14)
Que
tal trazermos a capital federal de volta para o Rio de Janeiro? Isso mesmo! A
ideia não é minha e não é nova. Era do Paulo Francis. Isolamento geográfico não
faz bem para os nossos políticos. Eles ficam meio aluados. Alguns, bem aluados.
De mais a mais, um Congresso, e uma Presidência, sob a pressão de grandes jornais
e com o cangote fumegando com o bafo das multidões, seriam muito mais eficazes
e zelosos com suas obrigações. Quanto àquele monstrengo megalomaníaco que é
Brasília, poderíamos transformá-lo num grande cassino, numa Las Vegas brazuca,
que tal? Aí, quem sabe, pela primeira vez na história, aquele trem mal-acabado
de concreto armado poderia finalmente dar lucro aos cofres públicos e, quem
sabe, algum orgulho pare esse aborrecido país.
Site:
http://dartagnanzanela.webcindario.com/
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