Por Dartagnan da Silva
Zanela
(1)
Então
o Evo Morales ameaçou, ao vivo e a cores, invadir o Brasil pra defender a Dilma
dum possível impeachment? Que fofo! Mas é assim mesmo: as mediocridades comunas
se procuram sempre e fazem de tudo pela preservação da sua espécie e, ao mesmo
tempo, posam de vítimas com todo aquele mimimi golpista artificioso e
intragável.
(2)
Quando
somos acometidos por uma crise de vaidade, o remédio é bem simples. Imagine
como seria o mundo sem você. Detalhe: não imagine como o mundo ficaria após sua
morte, porque bem provavelmente algumas pessoas sentirão a sua falta e irão
chorar a sua partida. Imagine sim como seria o mundo se você nunca tivesse
existido. Imagine que o Fulaninho de Tal nunca tenha sido parido. Pois é,
tirando alguns pequenos detalhes, morrendo ou nunca existindo, o fluxo da vida
continua o mesmo. Outro detalhe: lembre-se, sempre, que são nos pequenos
momentos, onde a vaidade nos cega, que nossa existência torna-se significativa.
O resto é conversa fiada. Enfim, levando ou não essas palavras em consideração,
o melhor que há pra fazer é curarmo-nos dessa frivolidade que sazonalmente
recai sobre nossos ombros e parar de xaropear, porque não somos tudo o que
imaginamos ser, mas, bem provavelmente, somos algo muito significativo que não
paramos pra perceber.
(3)
Se
não fizermos alguma coisa, os jovens serão o futuro de nosso decrépito país.
Pior! Eles serão a nossa cara; piorada, mas serão a nossa cara escarrada.
(4)
Os
jovens não são maus aprendizes não. Pelo contrário. Os mancebos são excelentes
imitadores de nossos maus hábitos e é isso que nos assusta, pois, mesmo sendo
tão novinhos eles já conseguem ser tão ruins quando nós somos maus, imagine
como eles serão quando tiverem a nossa idade?
(5)
Quando
moleque, meu pai sempre me dizia: “não seja bom, meu filho; procure ser o
melhor. O mundo está cheio de bons; mas o que o mundo precisa, mesmo, são dos
melhores”. E que a verdade seja dita: meu velho tinha e tem razão. Quem diz
querer ser bom está apenas, com outras palavras, afirmando que é medíocre e que
quer muito continuar sendo. Procurar ser melhor que a média é almejar a
grandeza e poucos desejam isso. Aqueles que desejam superar a mesmice de si
compreendem com clareza o conselho de meu pai; já os anódinos preferem
esquivar-se dessas letras escondendo-se em sua própria mediocridade como se ela
fosse algum sinal de distinção.
(6)
A
esperança é aquela luz que discretamente brilha em meio às agruras do dia a dia
que tanto insistem em dizer sorrateiramente ao nosso coração que nada há para
além das horas soturnas do infindável dia.
(7)
O
bom aprendiz é aquele que sabe que seu horizonte de compreensão deve ser
ampliado, constante e pacientemente, para apreender algo significativo da
realidade. O pseudo-aprendiz é aquele que imagina que tudo é pequeno demais
para merecer a sua atenção; para ele nada é maior que seu inchado ego.
(8)
As
doenças existem para aprendermos que não somos tão fodasticos como imaginamos
ser.
(9)
O
limite é o que dá sentido à liberdade; é o que dá vida a democracia. Não ter
limites é o caminho para o totalitarismo; é a própria vida da tirania.
(10)
A
seriedade dum trabalho intelectual não está no rigor formal de sua
apresentação. Não é a formatação de acordo com os ditames da ABNT que o tornam
respeitável. É na seriedade da atividade intelectual que se aplica na procura
pela verdade que se encontra a dignidade desse tipo de lavoro. Ponto. De mais a
mais, do rigor formal, vazio e estéril, pode surgir uma elegante farsa. Já a sinceridade
de intenção, deselegante e cabocla, constrange, invariavelmente, qualquer
larápio cerebral.
(11)
Essa
conversa mole de rigor acadêmico é uma espécie de Viagra para animar mentes que
sofrem de impotência intelectual.
(12)
Uma
coisa é o rigor formal esterilizante; outra coisa, tão nociva à inteligência
quanto essa é a preguiça intelectual alimentada pelo orgulho da ignorância
voluntária que finge superioridade por através duma dissimulada informalidade
que mal consegue se esconder atrás do seu miserável universo cultural formado tão
somente por meia-dúzia de estereótipos politicamente-corretos e um punhado de
cacoetes ideológicos.
Site:
http://dartagnanzanela.webcindario.com/
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