Por Dartagnan da Silva
Zanela
(1)
Todos
nós temos um “Q” de burrice; para reconhecer isso, basta que sejamos sinceros
conosco por um minuto que seja. Porém, há aqueles que são burros natos; um
abecedário completo de bestagem. Nesses casos, não há sinceridade alguma. Não
tem jeito! Os sujeitos são presunçosos até a medula. Mas, eles têm orgulho de
que?
(2)
Problemas
não faltam ao sistema de ensino brasileiro. Se fôssemos compará-lo a uma
lavoura, nesta havia muito mais inço que trigo; e o pouco trigo que haveria,
estaria tão pesteado que pouca serventia teria.
(3)
O
trem fuçado mais perverso que existe no sistema de ensino brasileiro é a chusma
de sujeitos que nunca educaram ninguém, nem a si mesmos e, por isso mesmo,
escreveram páginas e mais páginas sobre educação para ensinar outras pessoas a
(des)educarem multidões e, nos casos mais insanos, influenciando diretamente o
sistema de ensinação, dando forma a letra da lei que regulamenta a prática do
ensinar.
(4)
Uma
das frases mais nonsense que existe é aquela que diz: “você não deve estudar
para decorar; você deve estudar pra saber”. Bem, e quando o sujeito vai dizer o
que sabe, irá dizer o que? O que mesmo?
Ah! Já sei! Aquilo que ele sabe de coração; justamente aquilo que ele
aprendeu de cor.
(5)
Se
conselho fosse bom não era dado. Sei disso faz muito. Mesmo assim darei um: ao
invés de ficarmos lendo esses doutos bocós que escreveram sobre a educação,
leiamos as conferências de Monteiro Lobato sobre a importância da leitura e
sobre a formação dos infantes. Deitemos nossas vistas nas orientações dadas por
Malba Tahan sobre a arte de contar e ler histórias para mancebos. Esses dois
senhores, que eu saiba, nunca deram uma aula formal para crianças, mas educaram
muitas gerações com suas escrevinhações e, por esses frutos, creio que eles têm
algo relevante a nos ensinar. Quanto aos doutos bocós; bem, os seus frutos
falam por eles. E como falam...
(6)
Sabe
o que é um sinhô doutor em educação? É alguém que escreveu uma tese, muitas
vezes financiada com recursos públicos, na base do tentem fazer o que eu digo,
porque eu nunca fiz, não o faço e jamais o farei.
(7)
A
inveja é uma merda, mas a incapacidade inconfessa e presunçosa fede mais que
qualquer dejeto.
(8)
Uma
humana massa fecal continua sendo o que é independente do título que ostente,
da mesma forma que as fezes continuam sendo coco mesmo que você as chame de
amostra laboratorial. Por isso mesmo, não se iluda! Os títulos podem até
enganar os bobos, mas não mudam a substância de seu portador.
(9)
Afetação
na fala não é sinônimo de altivez. Impudor nas atitudes não equivale, de modo
algum, a distinção e nobreza.
(10)
A
república nasceu dum golpe contra a democracia coroada. Por isso, é de
fundamental importância que se restitua a majestade que é devida a democracia;
majestade essa que foi usurpada pela farsa republicana.
(11)
Nunca
antes na história desse país houve um abismo tão grande entre a vontade da
sociedade e a má vontade e a cobardia (depre)cívica de seus representantes.
(12)
O
socialismo é inepto na geração de riquezas e desastroso na distribuição dos
bens. Agora, quando o assunto é a geração e distribuição de miséria, o
socialismo é campeão. Ninguém o supera.
(13)
Todas
as sociedades são mais, ou menos, boas e todos os governos e facções políticas
são mais, ou menos, ruins. Inverter essa simplória fórmula que ordena a
história não muda a ordem da vida política, apenas nos deixa desnorteados e
desarmados diante da própria realidade que bate a porta de nossos lares.
(14)
O que
deve ser ensinado às novas gerações não é o que há de mais modernoso. O que é
imprescindível é que elas sejam instruídas com aquilo que é perene e que, por
isso, primavera após primavera, continua sendo indispensável para todas as
gerações, de todos os tempos, para que não caímos na barbárie, ou abaixo disso.
(15)
Galerinha!
Leiamos Shakespeare! Leiamos suas obras sem interpretá-las e sem cometer o
pecado de querer analisar as suas letras. Aliás, quem somos nós para realizar
tal empreitada? Quem? Pois é. Por isso, creio que seja mais prudente e
producente apenas, num primeiro momento, lermos as suas peças para analisar e
interpretar as nossas vidinhas a partir das suas personagens e dramas. Enfim,
faça como São Tomé: experimente.
(16)
Quando
criança, lembro-me que meus pais, tios e demais adultos, sempre nos advertiam
quando abusávamos na algazarra, dizendo: “se vocês querem aparecer, pintem o
traseiro de vermelho e subam num poste”. E, ao ouvir tal pito, corávamos de
vergonha e parávamos com o alarido. Pois é, hoje em dia, diante da falta de
noção de muitas almas que deixaram a idade infante, mas que continuam agindo
como pirralhos mal criados, repetir a mesma advertência seria uma perda de
tempo, haja vista que, possivelmente, essa não seria ouvida como uma
admoestação, mas sim, como um imprudente conselho. Bem provavelmente, acabariam
subindo num poste e pintariam os fundilhos de vermelho. Ou fariam coisa bem
pior, tamanha a falta de noção que impera em certos meios.
Site:
http://dartagnanzanela.webcindario.com/
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