Por Dartagnan da Silva
Zanela
COISAS
E COISAS - No Brasil, de um modo geral, o que me deixa muitas vezes
aturdido não é a capacidade que certos indivíduos têm de decepcionar os seus.
Não mesmo. O que realmente me deixa momentaneamente catatônico é o quanto que
determinados sujeitos são capazes de não nos decepcionar em hipótese alguma.
Eles podem até tardar, mas, cedo ou tarde, afirmam claramente a sua natureza.
O
RIDÍCULO DO RIDÍCULO - A ditadura do relativismo que hoje se faz imperar em
nosso sistema de ensino seria uma excelente comédia, se ela não tivesse
consequências tão trágicas para o intelecto humano.
É ridículo pra dedéu vermos essa
tigrada toda com pinta e borda de intelectuloide iluminado falando grosso em
defesa da diversidade cultural ao mesmo tempo em que, histérica e atavicamente,
afirmam a prevalência absoluta de seus tão bem quistos e pervertidos valores.
Valores esses advindos de sua deformada visão ideologizada da realidade.
Dependendo da carinha de indignado
que o sujeitinho faça, não me contenho: dou risadas pacas nas fuças dele só para
vê-lo mais sonsamente irritado.
PEDAGOGICES
E OUTROS BICHOS - Uma das grandes comédias da brasilidade é que todo
"abençoadinho" que idolatra Paulo Freire, dum modo geral, nunca
estudou sua obra devidamente e, principalmente, não sabe dizer se realmente o
seu “método” tem alguma utilidade para educar alguém. Aliás, para saber isso,
primeiramente, o caipora deveria saber o que é educação. E, em regra, não sabe.
Deixando isso de lado, a cena que se
repete com grande frequência é a seguinte: o fulaninho leu na graduação, ou
numa pós-graduação, ou em ambas, um trechinho fotocopiado de um dos livros do homem
(geralmente “Pedagogia da Autonomia", outras vezes “Pedagogia do
Oprimido”, noutras tantas “Pedagogia da Esperança”). Aí, como o sujeito, na
maioria absoluta dos casos, não tem o terrível hábito de ler e desconhece por
completo a grandeza da literatura universal ao mesmo tempo em que desdenha a
grande literatura em língua portuguesa, ele se encanta muito facilmente com
todo aquele trololó marxista mal disfarçado de panaceia pedagógica.
E como foi a única coisa que leu
sobre “educação”, o velho barbudinho de madeixas desgrenhadas torna-se o seu
ícone, seu medalhão machadiano, utilizado sem pudor para dissimular aquela
afetação de superioridade travestida de pseudo-humildade.
O nome do pedagogo juntamente com
sua imagem de patrono da educação nacional, muito mais que a “eficácia”
pedagógica de seu “método”, é objeto de culto idolátrico duma multitude de
doutrinadores vulgares.
Ora, se essas almas realmente
tivessem estudado o assunto com a seriedade que eles querem tanto transparecer
ter, saberiam que na obra desse senhor não há nada que mereça tamanha
deferência.
Mas, para tanto, pra estudar
qualquer coisa, tem que se ter uma vontade mínima de querer conhecer algo com
sinceridade e isso, infelizmente, carece, e muito, aqui nessas plagas,
principalmente entre esses "anjinhos" politicamente-corretos.
BEICINHO
ESQUERDOPÁTICO - Deboches à parte, não existe nada mais hilariante na face
da terra do que ver um grupelho de pessoas, que passou a vida inteira debochado
de tudo e de todos, queixar-se de outrem quando esse debocha de suas carinhas.
Como eles ficam tristonhos, bravinhos, fazem beicinho e, é claro, posam de
vítima, como se o deboche sofrido não fosse apenas uma resposta a sua impostura
existencial congênita. Enfim, essa gente cinicamente manhosa, com duas mãos
canhotas, é campeã do burlesco. Ridículos do princípio ao fim.
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